Ana Raspini é viajante, além de professora de Inglês, e escritora.

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Brasileira, professora de Inglês, escritora, mas acima de tudo, viajante.

terça-feira, 24 de março de 2015

FLORIANÓPOLIS

Uma infinidade de seres numa única ilha. Impedida de crescer fisicamente, ela cresce pra cima... pra cima da montanha, pra cima do mar... e pra dentro, de cada um.

A praia é o refúgio, é onde o mal se redime, é onde a capital se desmancha em espuma. Mesmo que se leve horas para chegar até ela, a praia é o sonho maior de quem escolheu a Ilha da Magia para morar.

O amor é tamanho que usar roupas de praia para o trabalho ou estudo é aceitável. É como se o morador não quisesse que o verão acabasse... O caminho da felicidade é o caminho da praia, se o trânsito permitir.

O Catarinense também ama a ilha. Ele sai da serra, do extremo oeste, de onde quer que seja, para sonhar na ilha. Geograficamente incoerente, ter que ir a capital acaba sendo uma fuga desejada, uma inconveniência feliz.

A herança Açoriana não está apenas nas construções mais antigas, ela está em tempo presente. A comida, as ruelas, as colinas lembram Portugal. O sotaque, no entanto, é coisa única nesse mundo. E é contagioso.

A ponte Hercílio Luz é um marco, é o ponto mais fotografado, a certeza feita de concreto de que você está em Floripa. Porém, é uma dor de cabeça também. A inutilidade e o preço da ponte são equivalentes ao seu valor turístico e simbólico. Equivalentes ao amor que o Manezinho sente por ela.

Exercitar-se na Beira Mar é um dever, e uma arte. Comer no Mercado Público pelo menos uma vez na vida é necessário. Ah, e sentindo o cheiro dos peixes, porque faz parte da experiência. Mas sempre pare para perguntar o preço da tainha e, se puder, pare para ver a moça descascando camarões... Ela os descasca sem nem olhá-los, tão automaticamente que atende no balcão, passa preços, reclama da economia, tudo ao mesmo tempo... E faz tudo isso tão rapidamente que deve ter descascado um quilo de camarões enquanto você lia este texto.

Florianópolis é um caso de amor e ódio. Mas se o trânsito permitir, e fizer sol, mais amor do que ódio.

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Fotos de Meiry Peruchi







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